sábado, 8 de fevereiro de 2014

A escolha de correr.



Um dia desses saí pra caminhar sozinha, o ar puro de vez em quando faz bem!

 Estava somente eu, as batidas do meu coração, e o ritmo agitado de alguma musica apressada. Era muito bom. Sabe aquele momento entre você e você mesmo, onde para-se todo ao redor, e você fica sozinho(a) pensando em todos os medos, alegrias, desejos... onde a gente tenta se decifrar? Pois bem, eu estava bem ai, neste lugar em mim mesma.

Sol se pondo, barulhinho das ondas, outras pessoas, vento na cara, e de repente... Bem de repente, surgiu alguém. Alguém não muito confiável. Um daqueles caras que os jornais mostram. Um daqueles que fazem coisas bem malvadas. O mais surpreendente?  O olhar do tal. Não tinha cara de vingança, cara de suspeito, tinha cara de tristeza, daquelas que pensam "quando olham pra mim, só vêem o jeito de alguém ruim?". 

Eu não vou negar que eu tive medo quando o vi. Juro, até diminui o passo! E o pior? Ele reparou. O que me deu mais medo. E em alguns poucos minutos, parecia que a orla tinha apenas nós dois como visitantes. E era isso: eu tive que encarar o meu medo de ser vista como alguém preconceituosa, ou alguém disposta a  correr ao lado de uma pessoa que carregava uma faca na cintura e mais algumas coisas. 

Escolhi correr. Poderia ter acontecido algo de muito ruim, ou poderia ter acontecido nada, do jeito que foi. Escolhi a dúvida, mas sabem por quê? Porque acho uma crueldade excluir pessoas, só pela ideia de que elas possam ser perigosas. O mundo ta cheio de perigos, então isso nem é um bom argumento.

É bem verdadeiro o que mostram os jornais, fato. Mas mais verdadeiro ainda, é o preconceito desse mundo, que por nada exclui. Eu escolho correr inclusive ao lado dos riscos, porquê eu realmente acredito que nem tudo é realmente tão ruim quanto falam por ai.

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